SENTIDO E NEGOCIAÇÃO NO ATO TRADUTÓRIO E INTERPRETATIVO | Autores: Nilsa Taumaturgo de Sá de Souza (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) |
Resumo:
O mundo no qual habitamos é social. Logo, vivemos em um mundo polifônico, onde as vozes compõem uma grande “melodia” e que a “harmonia” faz parte de um conjunto de “sons” e entonações alheias. Esta “melodia” também é composta de intenções. Intenções porque quando dirijo a palavra, dirijo a alguém e para alguém. Este trabalho é um recorte da minha pesquisa de mestrado intitulada: O trabalho do profissional tradutor/interprete de língua de sinais/língua portuguesa sob uma perspectiva dialógica, exotópica e de alteridade; norteada pela teoria de Mikhail Bakhtin. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e que busca a compreensão do trabalho do referido profissional além de uma mera mediação linguística. Consideramos que, no ato da interpretação, há uma tensão, um acordo de sentidos. O TILS recebe a informação, processa, toma decisões e negocia com seu interlocutor, pois o objetivo central em uma interpretação é que o receptor não sofra prejuízos em relação às informações recebidas, mesmo que o profissional tenha a consciência de que o enunciado sempre se renova, ou seja, não dizemos ou reproduzimos a mesma coisa. O trabalho deste profissional é exposto a inúmeros questionamentos referentes à diversidade de discursos que permeiam sua atuação, dada a necessidade de buscar estratégias que auxiliem os sujeitos envolvidos na construção de sentidos do que lhes é exposto. Os resultados obtidos demonstram que num ato interpretativo, o locutor (intérprete) está em uma situação de escolhas lexicais, semânticas e pragmáticas, há uma negociação com seus interlocutores e que vários aspectos influenciam nas tomada de decisões. Visto que seu objetivo não é tradução de palavras e sentenças, ele buscará o sentido.
|
|