Inscrevemos o presente trabalho, na linha de pesquisa Estudo das relações entre língua, história e instituições, que contempla, enquanto vertente teórica, a Análise de Discurso de linha francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux, na França, e por Eni Orlandi e seus estudiosos, no Brasil, articulada à História das Ideias Linguísticas. Por esse viés teórico objetivamos analisar a institucionalização da avaliação denominada Prova Brasil, enquanto uma política pública nacional, legitimada pelo Estado, através do Sistema de Avaliação da Educação Básica, doravante SAEB. Mobilizaremos, como dispositivos de análise, os conceitos discursivos Forma-Sujeito, Condições de Produção no sentido amplo, Instituição, Memória, entre outros, uma vez que tais conceitos nos possibilitarão compreender os sujeitos e os sentidos colocados em funcionamento pela historicidade que instituiu essa proposta de avaliação e que produziu/produz efeitos de sentido na instalação das leis que ordenam esse processo. Tomando os dispositivos teóricos e metodológicos da AD analisaremos as discursividades que se instituem pelas Portarias, que estabelecem a sistemática das Avaliações. Mostraremos as concepções de texto subjacentes e constitutivas das políticas públicas educacionais de ensino que subsidiam a referida avaliação, especificamente os objetivos, às competências e habilidades mostradas e silenciadas para o perfil do sujeito-aluno ao realizar esta Avaliação. Mostraremos, assim, pela análise da constituição destas práticas avaliativas pelo SAEB, o perfil de sujeito-aluno (leitor e escritor) na sua relação com a língua e a escrita, postos em funcionamento por estas políticas públicas de avaliação. Interessa-nos, então, compreender os sentidos postos em funcionamento por estas políticas de avaliação, que constituem este sistema avaliativo e que são projetadas ideologicamente pelo Estado, com o intuito de intervir na instituição escolar e de formar um sujeito escolarizado para o sistema capitalista.