Este trabalho discute a constituição do discurso do agronegócio no cenário brasileiro nos últimos anos buscando articular a sua emergência enquanto uma prática discursiva intrinsicamente arraigado a uma estrutura social. Não são raras as vezes que nos deparamos na mídia televisa e impressa com publicidades que nos interpelam sobre o tema do agronegócio. As imagens, os discursos persuasivos que nos levam a imaginar esse modelo de produção agrícola, encenado pelos discursos midiáticos, como uma maravilha e a solução para muitos problemas na modernidade como fome, emprego, sustentabilidade, desenvolvimento, dentre outros. Para tanto, sob a égide as Análise do Discurso Crítica (Fairclough 1989, 1992[2008], 2003) e da Semiótica Social (Kress e Van Leeuwen 2001, 2006; Kress 2010) investigamos as formas de comunicação e representação do agronegócio em um dos comerciais “Agro a indústria riqueza do Brasil”, exibida em canal aberto na televisão brasileira. Desse modo, norteamos nosso trabalho pelo seguinte problema: quais são as motivações políticos ideológicos subjacentes ao significado dos recursos semióticos utilizados para a representação no agronegócio no contexto brasileiro? Para atingir o objetivo do trabalho seguimos algumas etapas como: seleção e transcrição do material audiovisual; análise discursiva crítica e sociossemiótica, a partir das categorias linguísticas e imagéticas presentes no comercial. Assim, buscamos também observar a representação do agronegócio que se materializa não apenas por meio da linguagem verbal do evento comunicativo, como mapear os recursos semióticos utilizados (música, cores, imagem etc) quanto aos seus significados representacionais, interacionais e composicionais. Considerando que o agronegócio se configura como uma questão histórica, política e econômica, observamos que uma série de questões ligadas ao agronegócio não está problematizado, mas o discurso midiático projeta esse modelo de produção como sustentável e imprescindível para a economia brasileira.