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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Da Poesia no Castelo ao Escrevinhar na Rua das Estrelas

Autores:
Inez Helena Muniz Garcia (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Angela Maria Puppim Buzanovsky (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Geane Figueiredo Porto Ferreira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Regina Maria Castro Menezes de Abrunhosa (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo:

O presente trabalho discute e analisa a produção de textos, literários ou não, de um grupo composto por cinco mulheres, de formações acadêmicas diversas, constituído com o propósito de uma motivação e de um compromisso para/com a escrita. O corpus do estudo é composto de textos, de gêneros discursivos diversos (crônicas, poesias, minicontos, haicais, relatos etc.) produzidos a partir de oficinas que denominamos literárias, contendo consignas que contribuam para uma escrita criativa, uma escrita de si. As oficinas possibilitam a leitura, a discussão e que o Outro nos revele a nós mesmos. As escritas são suscitadas a partir do compartilhamento de textos variados (de autores da literatura, consagrados ou não, e também de imagens). Do ponto de vista da metodologia, no contexto da análise do discurso verbal escrito de fundamentação bakhtiniana, buscamos evidenciar indícios (GINZBURG, 1989) dos aspectos definidos como foco. O percurso metodológico foi buscar a tessitura entre as escritas dos sujeitos e seus interlocutores no processo de escrita, tendo como norte a memória do objeto (AMORIM, 2009). Procura-se, no trabalho, a cena enunciativa, estabelecendo-se uma relação de escuta do Outro (as próprias participantes do grupo e diferentes autores). Compreende-se que as autoras se colocam em exercício exotópico em relação à própria escrita, em outro lugar, do qual analisam seu passado e sua formação. O referencial teórico utilizado foi Bakhtin (1988;2000;2010), Amorim (2009) e Voloshinov (1993), partindo-se do pressuposto da linguagem como constituidora da subjetividade. Nos textos, encontram-se marcas de tempos, de afetos, de práticas, que compõem cada maneira de ver o mundo como fundamentais para a constituição de mulheres que escrevem para se deslocarem, que escrevem no ar que lhes falta para dar lugar também à dor, na busca de visões outras, de futuros desejados, possíveis e inéditos viáveis (FREIRE, 1987).