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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Nomeação toponímica em viajantes italianos do século XVI

Autores:
Benilde Socreppa Schultz (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná)

Resumo:

O processo de toponímia está presente na maioria dos viajantes italianos que acompanharam os portugueses nas grandes exploratórias dos séculos XVI e XVII. Ao aportar em lugares desconhecidos, os viajantes os denominavam atendendo requisitos específicos, contextualizados no momento da nomeação. Dar um nome ao um acidente geográfico, a um astro ou a um elemento da paisagem não é um processo casual, é sempre motivado por acontecimentos inerentes ao momento ou pressupõe particularidades peculiares que são do interesse do nomeador. Para Dick (1990, p. 22) os topônimos são “verdadeiros testemunhos históricos de fatos e ocorrências registradas nos mais diversos momentos da vida de uma população”. Os designativos geográficos nos viajantes são nomeados pelos seus aspectos geomórficos ou por algumas características casuais, determinadas no momento da designação (Monte Pascoal, Terra de Santa Cruz, por exemplo). Ao nomear, o viajante infere sobre o lugar, destacando o momento e a sua percepção pessoal, dando ao lugar as significâncias que tem para si e que se concretizam para a história. Neste trabalho pretendemos avaliar o modo como eram nomeados os elementos geográficos encontrados nas obras de dois viajantes italianos (Pigafetta,1994; Corsali, 1991/2018), como, quando e o porquê do nome escolhido pelos descobridores. Faremos um levantamento e descrição dos topônimos observando os processos circunscritos no momento da nomeação e as adaptações gráficas e fonéticas que os acompanham, pois foram registrados por viajantes italianos, que os escreviam conforme ouviam, utilizando-se da fonética e grafia italianas.