A (re) produção da violência engendrada de escritores negros sobre os personagens negros | Autores: Zionel Santana (UNINCOR - Universidade Vale do Rio Verde) |
Resumo: Como escrever sem reproduzir os estereótipos do qual o negro esteve sempre associado? Essa é a moldura que o escritor branco não consegue se afastar. Consciente ou inconscientemente ele reproduz nos papeis e nos atos de fala dos personagens negros em seus textos literários. Os estereótipos não estão ausentes na reprodução literária. Os escritores brancos ressaltam a degradação moral do negro à luz dos valores da nobreza européia e evidenciam a sensualidade da mulher negra como se fosse um elogio. São elementos literários que podemos encontrar em demasia no século XIII e XIX. A questão a ser perseguida neste texto é: até que ponto o escritor negro introjeta o modelo branco de reproduzir os estereótipos preconceituosos em seus personagens? Há um ponto que carece de investigação, a constituição contraditória de um superego europeu constituído sobrepondo o ego africano do escritor negro. Na obra de Geni Guimarães, “Leite do peito” (1988), a escritora re-produz consciente ou inconscientemente a violência estereotipada sobre seus personagens negra e a si mesma. A distinção em seus sentimentos expressos em seus personagens negros se confunde com a sociedade, ora reproduzindo suas experiências sociais em relação ao negro, o que parece que tal reprodução ser um copia fiel do coletivo, mas em outra ótica, o escritor poderá está empenhado os seus sentimentos e experiências com uma prática socialmente consolidada. Bem sabermos que a literatura não tem a pretensão de ser um estudo sociológico de um momento da sociedade como apregoava Roberto Machado, mas possibilita a luz de uma teoria critica encontrar elementos que evidencia essas contradições, da solidificação de estereótipos ao grau de preconceitos ou uma alienação de tensões sociais.
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