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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ATORES DA ENUNCIAÇÃO E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Autores:
Sonia Merith-claras (UNICENTRO - Universidade do Centro-Oeste)

Resumo:

Em continuidade aos estudos sobre da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, neste trabalho objetivamos aprofundar a discussão acerca do professor de língua portuguesa, pressuposto na versão homologada do documento. Publicada em 2017, a Base parte da perspectiva de linguagem como forma de ação interindividual, de interlocução que se realiza nas práticas sociais, cujo texto, manifestado em diferentes gêneros, é o objeto de ensino. Enfatizando que é necessário acompanhar o desenvolvimento das tecnologias digitais da informação e comunicação – TDIC, uma vez que  “as práticas de linguagem não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir” (BNCC, 2017, 66), o documento justifica a necessidade de um ensino alicerçado na pedagogia dos multiletramentos. Assim, tomando como objeto de análise os pressupostos teórico-metodológicos para a língua portuguesa, como também a fundamentação/organização do documento a respeito das práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades – propostos para o ensino fundamental II da BNCC, e respaldados teoricamente na Semiótica greimasiana, procuramos discorrer sobre o enunciatário, tematizado como professor de língua portuguesa, implícito na Base. Cabe destacar que enunciador e enunciatário são desdobramentos do sujeito da enunciação, os quais cumprem os papéis de destinador e destinatário do discurso. Quer seja, o enunciador e o enunciatário são o autor e o leitor implícitos, ou ainda, uma imagem do autor e do leitor reconstruída a partir do texto. Ao estudar os atores da enunciação, mais precisamente, a imagem do enunciatário, também denominado de páthos -  um professor pressuposto, podemos refletir sobre as coerências e discrepâncias entre o posto em documentos oficiais, e o professor  “real” que se tem na escola.