A CONSTRUÇÃO DA VISADA DE CAPTAÇÃO EM NOTÍCIAS DE POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA PARA CRIANÇAS NAS REVISTAS CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS E RECREIO: UM ESTUDO SOBRE OS EFEITOS PATÊMICOS | Autores: Dieila dos Santos Nunes (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos) |
Resumo: A interlocução entre cientistas e público não-especializado pode ser o eixo norteador para a formação de uma cultura científica no país. Nesse sentido, a divulgação do conhecimento científico para o público geral instaura-se como ferramenta de inclusão social, pois entendemos que a comunicação da ciência não pode ser apenas disseminadora de informações, mas sim fomentadora da cultura científica, que busca formar cidadãos críticos e ativos em sociedade, frente às mais diversas e emergentes questões. Nessa perspectiva, este estudo tem como foco identificar e analisar as marcas linguístico-discursivas de patemização (efeitos de emoção), procurando evidenciar como elas contribuem para a visada de captação do discurso, própria do discurso de midiatização da ciência, assim como averiguar se os recursos utilizados pelas revistas podem (ou não) corroborar com o letramento científico. Nosso corpus de pesquisa conta com quarenta notícias de popularização científica midiática para crianças, acessíveis aos não-assinantes, das revistas on-line Ciência Hoje das Crianças e Recreio, publicadas no período de maio de 2016 a maio de 2018. Acreditamos que, com este estudo, seja possível compreender como os textos são organizados e direcionados ao público infantojuvenil e, sobretudo, proporcionar debates sobre os modelos de comunicação da ciência ainda vigentes na atualidade. Para isso, apoiamo-nos na teoria semiolinguística de Charaudeau (2006) e (2008), o qual traça um delineamento sobre as emoções no discurso; nas elucidações de Mendes e Machado (2010), que admitem a presença das dimensões patêmicas em todas as esferas do discurso; e em Mazzoco, Sousa e Costa (2010), os quais veem a comunicação da ciência de modo bidirecional e dialógico, valorizando o diálogo entre especialistas e não-especialistas, numa relação de igualdade. Ressaltamos que as análises estão em andamento.
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