Conceptualizações da mulher nas capas da revista A Maçã | Autores: Simone Webering Martínez de Santanna (UFBA - Universidade Federal da Bahia) |
Resumo: Apresentam-se resultados parciais do estudo realizado sobre o modo como a mulher é conceptualizada nas capas da revista A Maçã (1922-1929), semanário ilustrado do início do século XX, voltado exclusivamente para o público masculino. As capas analisadas abrangem todo o período de circulação da revista e se encontram disponível para consulta na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. Fez-se uso de uma abordagem metodológica qualitativa, descritivo-interpretativa e documental. Consideraram-se, como problema da pesquisa, as formas de conceptualizar a mulher atentando para as mudanças ocorridas no comportamento feminino durante as três primeiras décadas do século XX (MALUF; MOTT, 1998). As premissas teórico-metodológicas que nortearam a pesquisa realizada são advindas da Linguística Cognitiva e, mais especificamente, da Teoria da Metáfora e da Metonímia Conceptuais (LAKOFF; JOHNSON, 1980; LAKOFF, 1999; GRADY, 1997). Quanto às questões sobre a conceptualização multimodal, foram utilizados os estudos de Forceville (1996, 2007, 2009). Faz-se, também, um diálogo com a Teoria da Complexidade, trazendo para a discussão o pensamento de teóricos como Almeida (2016; 2018), Paiva (2011) e Capra (2005), para quem o pensar complexo forma interconexões em contraposição às visões reducionistas da ciência. Assim, compreende-se o fenômeno da conceptualização, através de uma visão holística e interdisciplinar, sendo, portanto, visto como um fenômeno complexo. O objetivo geral foi promover uma discussão acerca do modo como ocorre a conceptualização da mulher nas capas da revista selecionada, identificando que fatores sócio-cognitivo-histórico-culturais interferiram nesse processo. Parte-se da hipótese de que as conceptualizações se originam a partir de determinados estereótipos que levam em conta a condição sócio-histórico-cultural-ideológica da mulher. Com o estudo realizado, desenvolveram-se reflexões sobre os Modelos Cognitivos Idealizados metafóricos e metonímicos, observando a existência da interconexão entre o imagético e o verbal na produção de sentidos. Dentre os resultados obtidos, destacam-se a metáfora MULHER É ALIMENTO e a metonímia JARDINEIRA POR MULHER.
Agência de fomento: CAPES |
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