O PISA EM DEBATE: TENSÕES E ADESÕES NA CORREÇÃO DE QUESTÕES DO PISA POR PROFESSORES DO BRASIL E DA FRANÇA | Autores: Juliana Alves Assis (PUC MINAS - Pontifícia Universidade de Minas Gerais) |
Resumo: Juliana Alves Assis
Ada Brasileiro
A comunicação proposta compõe um conjunto de investimentos em torno do exame crítico da prova de leitura do PISA, realizados em esforço colaborativo entre o NELLF, Núcleo da Pesquisa da PUC Minas, e pesquisadores da Universidade de Lille, França. Desse conjunto de pesquisas, o estudo a ser apresentado tem como objetivo central analisar a tarefa de correção de questões da prova do PISA realizada por professores da educação básica brasileiros e franceses, buscando compreender como tais profissionais traduzem os critérios de avaliação disponibilizados pelo Programa, bem como revelam concepções acerca do próprio instrumento de avaliação. A relevância desse empreendimento deve-se à necessidade de suscitar reflexões acerca da consistência desse instrumento avaliativo que, por sua abrangência, tem sido considerado um parâmetro internacional pela OCDE, idealizadora do Programa. Para o estudo empírico, foi selecionada uma atividade retirada da prova do PISA de 2009, que foi, em seguida, aplicada por professores da educação básica a seus alunos, no Brasil e na França. Desse corpus maior, foi selecionada uma amostra de 15 exemplares para a correção de 14 professores franceses. No Brasil, a amostra foi de 10 exemplares, todos destinados à correção por 19 professores. Em ambos os casos, pediu-se que os professores realizassem a tarefa de correção orientados pelo guia de correção do PISA. A análise se concentrou nas convergências e divergências observadas nas correções das respostas objetivas e discursivas. Os resultados apontam para maior variação de leitura nas questões discursivas, tendo havido casos em que uma mesma resposta foi avaliada como totalmente correta, parcialmente correta e totalmente errada, demonstrando interpretações diferentes por parte dos leitores avaliadores. Os dados colocam em cheque a grade de correção do PISA, a formulação das questões e a própria metodologia de correção, cujos fundamentos são superficialmente discutidos nos relatórios da OCDE.
Agência de fomento: CNPq/CAPES |
|