Construções V. para Infinitivo em processo de complementização em PB e PE
Na pesquisa inicial sobre ocorrências de complementização com a construção [para Infinitivo], em que essa construção se apresenta como escolha dos falantes, em vez da construção [que V. finito], deparamo-nos com os casos de complementação dos verbos dizer e falar, no Português do Brasil (PB) e no Português Europeu (PE). O exame dos contextos das construções nos direciona para a emergência na atualidade de uma conceptualização com graus de manipulação, especialmente em PB, na oralidade, mas já com ocorrência significativa em PE, também na oralidade. Esses dados foram extraídos do Corpus Museu da Pessoa, disponibilizado pela Linguateca. Para confronto com a escrita, foram utilizadas ocorrências registradas no Corpus CONDIV-Port, também disponibilizado pela Linguateca. Para explicar as motivações cognitivas e pragmáticas que atuam no surgimento de uma nova construção, baseamo-nos nos pressupostos da linguística de base cognitivista e construtivista (TRAUGOTT, 1989; LANGACKER, 2008; TRAUGOTT e TROUSDALE, 2013, GOLDBERG, 2016), em especial no que concerne às operações de perspectivação, que contemplam tanto a subjetividade quanto a estabilização convencional. As construções [FALAR/DIZER v. finito para Infinitivo] confirmaram os parâmetros do fenômeno de construcionalização, com redução da composicionalidade e aumento da produtividade e esquematicidade, especialmente em PB, na oralidade.