Ensino do Português L2 para crianças e jovens em contextos plurilingues: caso da Cidade de Maputo | Autores: Josefina Marília Rodrigues Caetano Ferrete (FLUP - Faculdade de Letras da Universidade do Porto) |
Resumo: Moçambique, tal como a maioria dos países africanos, é um país multilingue e multicultural, onde coabitam várias línguas de origem bantu com outras europeias e asiáticas. Sendo um país com estas caraterísticas, após a independência nacional, houve a necessidade de escolher-se uma língua que servisse de veículo de comunicação em todo o território moçambicano e, como o português, apesar de não ser falado pela maioria dos moçambicanos e mesmo sendo uma L2 para alguns, era a única língua falada em todo o território pelo que foi a língua escolhida como oficial e de ensino. A escolha do português tinha o objetivo de evitar problemas étnicos, preservar a unidade nacional e pelo facto de permitir o acesso à ciência. Esta escolha trouxe várias consequências, das quais destacámos o aumento do número de falantes do português, divulgação de formas incorretas, tendo em conta a norma europeia e a adoção e a fixação de alguns traços linguísticos vindos das línguas e culturas bantu. Tendo em conta os aspetos aqui apresentados, o nosso artigo tem como objetivo apresentar as práticas de ensino, os principais problemas e desafios enfrentados pelos professores de português em Moçambique por forma a melhorar a qualidade de ensino. Para a nossa pesquisa baseámo-nos num inquérito a professores de Didática do Português, um de Sociolinguista e três professores do ensino secundário; numa pesquisa documental, visto termos recorrido a documentos oficiais sobre o ensino do português em Moçambique. A nossa fundamentação teórica é baseada em autores como Ellis, Krashen, Kaplan, Almeida Filho e em alguns linguistas moçambicanos, como Gonçalves, Dias, Firmino e Machungo.
Agência de fomento: Faculdade de Letras da Universidade do Porto |