Propomos evidenciar os espaços não formais de leitura e as práticas leitoras que acontecem nestes espaços, as quais são efetuadas constantemente por jovens (estudantes) leitores. Ao falarmos em espaços não formais, nos referimos àqueles não institucionalizados, mas criados pelos próprios leitores, por exemplo, o pátio da escola, a praça, a fila do banco, o consultório médico, a lan house, o quarto, entre outros. A ampliação do conceito de leitura, do que é ler, do como se lê, do que se lê, onde se lê e o que se faz com o que se lê justifica-se cada vez mais, pois entramos no século XXI convivendo com diversos meios de comunicação, e outros instrumentos que advêm do desenvolvimento das tecnologias, os quais contribuem significativamente com a formação das pessoas (leitores) e influenciam sobremaneira nas suas escolhas, inclusive, em suas leituras, nos seus modos de ler e na experiência de outras práticas leitoras. As ideias que fundamentam nossa reflexão estão em Chartier (1999; 2001) e Darnton (1992), Zilberman (2001), Lajolo (2009), entre outros pesquisadores. Nossa metodologia baseia-se, incialmente, em aplicação de questionário e posterior análise dos dados obtidos e, em seguida, realização de rodas de conversa com os jovens leitores estudantes e professores acerca do tema da pesquisa e das respostas dadas pelos jovens estudantes. Esperamos, com esta proposta, ressignificar e legitimar, no âmbito da sala de aula, as leituras realizadas pelos jovens estudantes fora da escola, para que elas sejam incorporadas nas discussões das disciplinas curriculares e, com isso, ampliar, junto aos estudantes e professores, tanto a concepção de leitura quanto dos espaços de realização dela, bem como contribuir para que o ensino e a aprendizagem escolares se tornem cada vez mais significativos para os jovens estudantes.

Palavras-chave: Leitura. Ensino. Jovens. Espaços não formais.