O presente trabalho busca debruçar-se sobre a escrita de André Léo (1824-1900) e a discussão que propõe a respeito do espaço que é atribuído às mulheres no contexto das discussões políticas, do século XIX, na sociedade francesa.  A escritora além de atuar ativamente como romancista e ensaísta, posiciona-se socialmente como jornalista e contribui com diversos jornais da época como: La Coopération, L’Opinion Nationale, Le Siècle, La Démocratie, Le Rappel, Les Droits des Femmes, La Tribune des femmes, bem como funda em 1871 o jornal La République des travailleurs, ao lado de seus amigos Élie e Élisee Reclus e Benoît Malon, como aponta Pellegrin (2015). Tomaremos como base para nosso estudo o artigo La citoyenne, de André Léo, publicado no jornal La tribunne des femmes, em fevereiro de 1881,  com o objetivo de observar de que maneira a jornalista francesa posiciona-se em relação às conquistas alcançadas na III República Francesa (1870-1940) no que diz respeito aos direitos das mulheres. Para tanto, utilizaremos como referencial teórico as discussões de Albistur e Armogathe (1977), sobre a História das mulheres francesas no contexto do século XIX; o trabalho de Iser (1979), no que se refere ao papel do leitor no processo de interpretação do texto; bem como as contribuições de Meyer (1998), em relação à negociação das distâncias entre o locutor e seu interlocutor. Através de nossa análise do artigo de André Léo (1881), verificamos que a escritora francesa identifica-se com as reivindicações e pautas republicanas, ressaltando, assim, para seus leitores, o ponto que os une; para, em seguida, convidá-los a uma reflexão sobre sobre os direitos concedidos às mulheres nas pautas republicanas em tal conjuntura.