A CARTA ABERTA – UM ESTUDO DO GÊNERO DISCURSIVO | Autores: Fernanda Lopes Bortolini (UPF - Universidade de Passo Fundo ) ; Patrícia da Silva Valério (UPF - Universidade de Passo Fundo ) |
Resumo: Este estudo parte do resgate teórico sobre gêneros do discurso na perspectiva bakhtiniana para analisar as características e condições de produção de um texto que circulou amplamente na imprensa brasileira no período que antecedeu a deposição da presidenta Dilma Rousseff. Tem como objetivo geral descrever o gênero discursivo carta aberta, analisando-o enquanto produção da linguagem, visando compreender qual papel sociocomuniciativo é construído na interação discursiva entro locutor e interlocutor (es), e quais elementos são constitutivos e mobilizados na produção da carta aberta. O marco teórico deste estudo se situa em: Aristóteles (1996) para resgatar as origens do termo e conceito de gêneros; Mikhail Bakhtin e seu Círculo (2010, 2011, 2017) para o estudo sobre gêneros do discurso e interação discursiva; Bazerman (2011) para estudo sobre o gênero carta aberta. Pelos procedimentos adotados, este estudo se caracteriza, quanto aos seus objetivos de pesquisa, como exploratório e descritivo, quanto aos procedimentos adotados se configura como bibliográfico, e quanto à abordagem do problema, se configura como qualitativo, ao realizar uma descrição analítica e interpretativa do corpus selecionado. O corpus deste estudo é a carta aberta escrita por Michel Temer, no período vice-presidente da República, destinada a Dilma Rousseff, então presidenta da República, escrita em 02 de dezembro de 2015, e, supostamente vazada, no mesmo dia, à imprensa nacional. As considerações parciais deste estudo revelam que a carta aberta é um gênero bastante presente na mídia e que suas características revelam forte presença dialógica, uma vez que dirige-se a um conjunto bastante amplo de interlocutores, produzindo fortes marcas de compreensões responsivas ativas, reveladas na produção de outros textos responsivos.
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