Esta pesquisa realiza uma comparação entre os programas de língua portuguesa do ensino médio no Brasil e do ensino secundário (médio) em Portugal.  Seu objetivo é delinear a proposta de trabalho de língua e literatura nesses documentos: (i) quais habilidades os alunos devem demonstrar na área, (ii) quais os desafios de cada país no ensino linguístico, (iii) como esses estudantes são avaliados e (iv) os resultados apresentados por eles. Fundamentando essa pesquisa, foram utilizados conceitos teóricos de Schnewly e Dolz (2004) e Bakhtin (2003) para uma investigação acerca da proposta de trabalho com gêneros textuais abordada pelos documentos, a partir da leitura dos programas supracitados. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, seguida de análise comparativa, observou-se a complexidade que envolve o ensino de língua e literatura nos dois países, suas diferentes abordagens, como o trabalho com variação linguística que é muito brevemente levantada no documento português, enquanto no documento brasileiro é uma discussão bastante relevante, e que vem crescendo e se tornando cada vez mais presente nas discussões acerca da educação linguística. Outra questão a se salientar é a dificuldade em trabalhar com a Base Nacional Comum Curricular, em virtude de o documento ainda estar em pauta e não ter sido ainda aprovado (2018) por razões de cunho político. Os resultados obtidos mostraram a ideologia política determinando o ensino linguístico, as perspectivas de cada país com relação a ele, as notas obtidas com a proposta de cada país em testes oficiais na área da Leitura e quais desafios esses documentos ainda precisam vencer, permitindo assim, que possam levantar reflexões acerca do que pode ser aprimorado para chegarem às instituições de ensino e melhorar o trabalho com língua portuguesa.