Esta pesquisa pretende contribuir com os estudos sobre a constituição da Língua Brasileira de Sinais – Libras, aprofundando especificamente conhecimentos sobre as heranças de origem francesa. Propomo-nos a investigar as línguas em contato, a Língua Francesa Oralizada - LFO, a Língua de Sinais Francesa - LSF e a Libras, tendo como objetivo geral investigar os empréstimos linguísticos nas relações entre línguas orais e línguas de sinais e como questões específicas: 1. Quais as influências da LSF e da LFO na Libras?; 2. Em que aspectos da Libras esses empréstimos se fazem presentes e são mobilizados? Trata-se de pesquisa qualitativa de cunho interpretativo e de análise documental e bibliográfica, fundamentada nos princípios do método indiciário (Ginzburg, 1989), centrado nos resíduos tomados como pistas, segundo o qual, através de dados marginais, é possível encontrar respostas para explicar aspectos da realidade. Fundamentamo-nos em teorias com concepções holísticas da linguagem: a abordagem enunciativo-discursiva dos Estudos Bakhtinianos em diálogo com a abordagem Ecolinguística. Os conceitos bakhtinianos básicos mobilizados são a linguagem como interação, enunciado concreto, dialogismo; e a Ecologia Fundamental da Língua e o contato de línguas, na Ecolinguística. Conforme registros, o contato inicial fundamental para a Libras com a LSF e a LFO ocorreu a partir da criação do Collégio Nacional para Surdos-Mudos, atual INES, em 1857, no Rio de Janeiro, quando a língua de sinais foi institucionalizada no Brasil. Desse diálogo de línguas, surgiriam as primeiras formas do que seria a língua de sinais brasileira. Os tipos de contato de línguas atrelados à teoria bakhtiniana nos dão indícios de um provável caminho dos sinais de herança francesa, contribuindo para a compreensão da constituição da Libras. Essa pesquisa está vinculada ao Grupo Relendo Bakhtin - REBAK/PPGEL/UFMT.