UMA FÁBULA FIADA PELA MORTE: ESTRATÉGIAS ESCRITURAIS EM AVALOVARA, DE OSMAN LINS
Entende-se presságio como um fato ou indício através do qual se pensa adivinhar o futuro, anunciar o que ainda não aconteceu. Em seu livro a resp | Autores: Elizabeth de Andrade Lima Hazin (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: Entende-se presságio como um fato ou indício através do qual se pensa adivinhar o futuro, anunciar o que ainda não aconteceu. Em seu livro a respeito do trágico em Os Maias, de Eça de Queirós, intitulado Elementos do trágico em Eça de Queirós: a tragédia da Rua das Flores e Os Maias, a pesquisadora Luciana Ferreira Leal escreve que "os presságios são fundamentais visto que personalizam o ambiente trágico que envolve a intriga". Ora, desde o primeiro fragmento da linha narrativa T – Cecília entre os leões, do romance Avalovara, de Osman Lins (Vitória de Santo Antão-PE 1924 – São Paulo-SP 1978), o leitor se depara com presságios disseminados ao longo das páginas e que lentamente vão construindo a atmosfera que a envolve. A descrição aí feita de personagens, de acontecimentos, dos espaços diegéticos, tudo conduz o leitor à percepção da fatalidade anunciada. No final, quando se dá o inevitável, o leitor vê concretizado o processo que vinha então acompanhando e seu efeito é tanto maior quanto mais perceptíveis são os indícios no texto. Este trabalho é uma tentativa de perseguir, ao longo de toda essa linha narrativa, o delineamento da morte, tantas vezes aí retomada, tantas vezes narrada, bem como as diferentes estratégias escriturais encontradas por Osman Lins para revelá-la nas páginas de seu livro, de maneira gradual, em um processo que vai da referência sutil à mais luminosa e intensa
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