Este relato de experiência apresenta os resultados de uma prática pedagógica de escrita desenvolvida pelas a partir dos estudos realizados em uma disciplina sobre ensino da escrita e didatização, ministrada pela professora Fabiola  S. Oliveira Vilas Boas, em um Mestrado Profissional da área de Letras. A intervenção pedagógica foi realizada com alunos da 2ª série do ensino médio, em uma escola da rede pública estadual, na cidade de Feira de Santana, Bahia, e teve como objetivos promover atividades que contemplassem a escrita como uma atividade interativa que exige do produtor a ativação de conhecimentos e mobilização de várias estratégias. Para tanto, foi desenvolvido o estudo do gênero crônica argumentativa, com vistas à circulação das produções escritas em revistas e blogs, para serem lidos por outros membros da comunidade escolar, tornando os estudantes protagonistas do processo de aprendizagem e de escrita de textos. Como aporte teórico, adotou-se a concepção de língua como interação (BAKHTIN, 2003), além das concepções de escrita em sala de aula (KOCH; ELIAS, 2010; ANTUNES 2003, 2006). A metodologia utilizada para a intervenção pedagógica ocorreu por meio de oficinas de leitura e escrita com o tema gerador “trabalho infantil”, escolhido a partir de uma situação-problema ocorrida em sala de aula. Práticas de leitura de textos em diferentes linguagens foram implementadas, tais como a leitura da crônica “Na escuridão miserável”, de Fernando Sabino, e a leitura fílmica do curta metragem “Vida Maria”, de Marcio Ramos, além de músicas com conteúdo temático voltado para denúncias sociais. Após a oferta de materialidades discursivas diversificadas para estimular as condições de produção, os discentes produziram cônicas argumentativas, passando pelas etapas distintas e integradas de planejamento, operação, revisão e (auto)avaliação, para posterior publicação em revistas e blogs.