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| Algumas conotações por meio do sufixo -inh(o) em Olhinhos de Gato, obra em prosa de Cecília Meireles | Autores: Rodrigo Schulz Ferreira (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) |
Resumo: Este trabalho tem como proposta evidenciar de que forma as memórias afetivas de Cecília Meireles são resgatadas na obra intitulada Olhinhos de Gato, originalmente publicada, em forma de treze fascículos, entre os anos de 1939 e 1940, para a revista Ocidente, em Portugal. Por meio das escolhas lexicais feitas ao longo da prosa, a poetisa permite que o leitor adentre suas memórias, sempre ligadas a momentos intimistas. Em momentos alegres e tristes, a protagonista, OLHINHOS DE GATO, parece viver intensamente os momentos com a avó materna e a ama, cujos codinomes são Boquinha de Doce e Dentinho de Arroz. Além de as três personagens principais apresentarem o sufixo -inh, em seus nomes, outros muitos substantivos, adjetivos e advérbios recebem esse afixo. Pretende-se analisar de que forma, esse recurso recorrente contribui para a percepção das emoções vividas pela protagonista. As conotações sugeridas por esse sufixo são variadas. O leitor pode achar, em um primeiro momento, que se trata de uma estratégia pensada pela poetisa para dar à obra certo tom de afetividade, e, até mesmo, um ar infantil. Cabe observar que essa terminação sugere, em muitos trechos, outros sentidos, como ironia, aversão, distanciamento, portanto, imprimindo um estilo particular ao texto. Far-se-á, assim, um recorte de passagens que evidenciem nosso estudo e, por meio da análise de trechos específicos, pretendemos conduzir o leitor ao entendimento de que a recorrência dessa estrutura tem um propósito diferente daquele pensado em um primeiro momento. Como veremos, a prosa se mostra mais tangível ao público maduro, capaz de compreender a profunda e constante oscilação de sentimentos que retomam temas como a vida e a morte, o ganhar e o perder, a alegria e a dor, a companhia e a solidão.
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