Este relato de experiência apresenta uma prática de escrita criativa desenvolvida com alunos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação (UFRGS), no segundo semestre de 2018. Os objetivos iniciais dessa atividade foram os de incentivar a produção textual e refletir sobre sua expressão criativa e de promover a leitura pública das produções dos estudantes para estimular o debate sobre os textos. Partindo da hipótese de que exercícios de escrita criativa – associados à leitura pública como meio de criar o público leitor real para a produção textual – se configurariam como estratégias para estimular o estudante à leitura e à prática dessa manifestação da linguagem, essa proposta de ensino-aprendizagem foi desenvolvida como disciplina eletiva (semanal). Acredita-se que as abstrações e as ausências da escrita sejam preenchidas com a presença de interlocutores, de um instante constituído e de um espaço real apropriado para o aprimoramento da produção de textos: os colegas da turma, a leitura textual em voz alta e a sala de aula. A partir de alguns pressupostos teóricos formados, entre outros, por Brait (2017), Carrero (2011), Lodge (2010) e Piglia (2004), os alunos, antes de escreverem, foram convidados a refletirem sobre as produções literárias de escritores clássicos e contemporâneos, renomados contistas como Clarice Lispector e Antônio Carlos Viana, entrelaçando a fundamentação teórica à arte e à literatura, aproximando as ações do pensamento aos atos de criação. Quanto à dinâmica das aulas, a disciplina foi ministrada por meio de aulas expositivo-dialogadas sobre as temáticas abordadas com propostas de criação de textos no formato tradicional de oficinas literárias. Ademais, a atividade de revisão textual entre os pares teve importância no processo de escrita e de reescrita das produções dos estudantes. As considerações acerca dessa experiência serão ilustradas na apresentação do trabalho, tendo em vista que a disciplina está em andamento.