Objetiva-se analisar a variação no campo da determinação nominal no diassistema do português, explorando aspectos diacrônicos e sincrônicos das variedades PB e PE em comparação a outras línguas românicas.
O paradigma da gramaticalização oferece o pano de fundo para o questionamento de hipóteses associadas, tal qual a questão da unidirecionalidade em processos de mudança linguística. O foco da apresentação recai sobre processos intermediários, não claramente visíveis, negativos, e que se posicionam numa linha limítrofe entre lexicalização e gramaticalização. Dentro deste quadro, observa-se maior aceitabilidade de nominais nus singulares em PB em comparação ao PE, tanto no que concerne à posição de sujeito quanto à posição de objeto. Ilustramos com os exemplos a seguir:
PB) Homem é mortal
PB) Maria comprou livro
Neste sentido, abordam-se questões que dizem respeito à noção de contabilidade dos nomes e à forma como objetos e conceitos são apreendidos e gramaticalmente codificados em PB em modalidade oral.
Assume-se que PE e PB contrastam igualmente no que diz respeito à presença de nominais plurais nus em posição sujeito, apresentando-se maior difusão na variedade americana em modalidade escrita, principalmente em textos jornalísticos. A hipótese fundamenta-se em exemplos de um corpus que se estende do século XX à primeira década do século XXI, avaliados sob o arcabouço teórico das tradições discursivas.