DISCURSO, CORPO E PODER: A FABRICAÇÃO DO SUJEITO HELEN KELLER SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDOS DISCURSIVOS FOUCAULTIANOS | Autores: Suellen Fernanda de Quadros Soares (UNICENTRO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE) |
Resumo: O presente trabalho propõe uma análise em torno dos discursos que fabricaram o sujeito Helen Adams Keller, surdacega, norte-americana. Nossa pesquisa pauta-se na teoria dos Estudos Discursivos Foucaultianos, de Michel Foucault, olhando mais especificamente para o enunciado, conceito fortemente tratado por ele. Dessa forma, traçamos um caminho analítico em torno do sujeito Helen Keller, a fim de tentarmos decifrar as relações de poder, de dominação e de luta dentro das quais os discursos se estabelecem e funcionam. Keller conseguiu reinventar sua forma de comunicação e de percepção do mundo, alcançando honrarias por sua participação ativa na luta pelos direitos das pessoas com deficiências e das mulheres, ela e sua professora Anne Sullivan (principal responsável pelo seu desempenho) percorreram o mundo inscrevendo-se em discursos outrora restritos a algumas posições-sujeitos, principalmente a um sujeito mulher-surda-cega. Nossa análise constitui-se de enunciados materializados no filme O Milagre de Anne Sullivan (1962) e no livro A história da minha vida (2008). As obras escolhidas retratam a biografia de Keller, o filme mostra mais especificamente uma parte de sua infância, contada a partir do olhar do outro e, o livro, retrara sua infância e vida adulta através de uma escrita de si, por meio das quais buscamos demonstrar como se consolida a intrínseca relação entre poder e resistência, demonstradas a partir de seu corpo, seus gestos e suas atitudes. Sendo assim, objetivamos compreender, à luz dos estudos discursivos foucaultianos, como os discursos subjetivaram o sujeito mulher-surda-cega, para contextualizarmos historicamente a posição- sujeito de Keller na sociedade, segundo o que se diz/ disse sobre ela através de um trajeto analítico ancorado nos pressupostos arquegenealógico, analisando as práticas discursivas em torno do sujeito e do corpo, observando sua conduta e contraconduta, num intenso exercício que confronta o poder e a resistência.
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