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| Viralizando a inclusão: a produção de memes por alunos com deficiência visual | Autores: Paolla Cabral Silva Brasil (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, IBC - Instituto Benjamin Constant) |
Resumo: Um processo de ensino-aprendizagem de língua materna pautado no trabalho com os gêneros textuais precisa acompanhar a dinamicidade da linguagem e, consequentemente, o surgimento de novos gêneros textuais no contexto sociocultural do aluno. Este relato de experiência apresenta os resultados de um trabalho desenvolvido com o gênero textual meme nas aulas de língua portuguesa de uma turma de sétimo ano do ensino fundamental do Instituto Benjamin Constant, instituição especializada no ensino de pessoas cegas e com baixa visão. Ao pensarmos o processo educacional de pessoas com deficiência visual, não podemos ignorar as condições de percepção desse público. Cabe ao professor buscar estratégias para tornar os textos utilizados em aula de fato acessíveis. Este trabalho tem como aporte teórico estudos dedicados às contribuições da sociolinguística para a educação básica (BORTONI-RICARDO, 2004; BAGNO, 2007). A pesquisa-ação (THIOLLENT, 2005) coloca-se como metodologia significativa para a experiência relatada, uma vez que se dedica ao aprimoramento das práticas pedagógicas de maneira continuada, sistemática e empiricamente fundamentada. Com o intuito de discutir as contribuições da sociolinguística para o ensino fundamental, atentando-se para o debate sobre o uso e a função social da língua nos diversos contextos sociais, desenvolveu-se uma sequência didática, cuja culminância foi a produção de memes voltados para o combate ao preconceito linguístico. A análise do desenvolvimento das atividades propostas demonstra que os alunos compreenderam, apreciaram e empregaram os recursos expressivos do gênero textual trabalhado, assumindo o protagonismo na construção do saber e do processo de inclusão de si e do outro. Além disso, é possível verificar o posicionamento crítico dos alunos sobre os temas abordados, confirmando a validade de um processo de ensino-aprendizagem de língua materna voltado para a formação crítica e cidadã.
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