A variação pronominal "nós"/"a gente" no falar urbano: intolerância e preconceito linguístico | Autores: Alexandre Emanuel Alves da Silva (UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto) |
Resumo: A variação na escolha de uso do pronome de primeira pessoa do plural, com o uso alternado de “nós” ou “a gente”, tem ocorrido no português brasileiro (PB) desde o século XVII e XVIII. No entanto, somente o pronome “nós” e seus derivados oblíquos e possessivos parecem estar elencados na maioria das gramáticas normativas e manuais didáticos (VITÓRIO, 2017). Fora seu registro histórico, alguns autores, ao analisar esse fenômeno de variação no falar urbano de determinados municípios e regiões do País, salientam a influência de fatores sociais e linguísticos na escolha dos pronomes analisados (OMENA, 1998; LOPES, 1998; MENON, 1994). Tais resultados dão, por isso, margem a estudos em regiões ainda não exploradas por esse tipo de análise. Contudo, apesar de profícuos, a maioria dos estudos não levam em consideração os contextos de resistência ao uso do pronome “a gente” como gatilho de mudança (MAIA, 2009). Pensando nisso, a fim dar prosseguimento a estudos dessa temática de análise, este trabalho visa descrever o uso de “nós” e “a gente” no falar de sujeitos da zona urbana de Ipatinga (MG). Para tal, procuraremos descrever quais fatores sociais e linguísticos condicionam a variação em questão, considerando-se diferentes faixas etárias. Ademais, com atenção aos contextos de resistência, será verificado se o fenômeno revela um processo de mudança linguística em progresso ou de gradação etária.
Agência de fomento: UFOP |
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