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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Negro e Preto: origem e evolução conceitual dos termos

Autores:
Robervânia de Lima Sá Silva (IFPA - Instituto Federal do Pará)

Resumo:

É sabido que as transformações sociais ocorrem de maneira constante e influenciam de forma direta as palavras e termos que constituem o léxico de todo e qualquer idioma. Devido a isso, os significados das palavras e termos variam expansivamente de acordo com os diversos contextos sociais em que são empregados, por isso, as escolhas lexicais que utilizamos para elaborar nossos discursos não são aleatórias, isto é, elas produzem efeitos de sentido de acordo com os enunciados e a formação ideológica que possuímos, materializando o nosso discurso. Isto significa dizer que, a forma como escolhemos e organizamos as palavras que compõe os nossos discursos refletem nossas crenças, valores, conceitos e preconceitos revelando quem somos e no que realmente acreditamos. Por mais que tentemos disfarçar preconceitos, se os possuímos, vez ou outra, somos “descobertos” pelos enunciados que produzimos, ainda que inconscientemente. Devido a isso, o presente estudo tem como objetivo geral a análise histórica das entradas negro e preto no Dicionário Etimológico Geraldo Antonio da Cunha (1962), disponível no site domínio público, e no Dicionário Geral de Língua Portuguesa Aurélio(2018), um dos mais utilizados pelos consulentes brasileiros, para verificar se suas conotações linguísticas contribuem e/ou expressam discursos ou pontos de vista discriminatórios com relação a raça e cor. A investigação é teórico-comparativa de abordagem qualitativa e explora estudos de pesquisadores como Antunes (2012), Barbosa (1996), Biderman (1978, 1996), Ilari e Geraldi (2001), Nascimento (2009) entre outros. Os primeiros resultados indicam que os objetos desta investigação estão normalmente relacionados a sentidos que expressam negatividade, sobretudo, quando relacionados a pessoas.