A proposta deste estudo consiste em demonstrar que os processos de formação de palavras, em termos de ensino-aprendizagem, podem ser mais significativos para os professores e estudantes se partirem realmente dos processos de criação de palavras que estão sendo realizados atualmente e não apenas com base nos itens lexicais que já estão cristalizados na língua, como supõem as gramáticas normativas. Para esse objetivo, esta pesquisa arrolou alguns contemporâneos itens lexicais, criados por falantes brasileiros e que não se encontram dicionarizados na língua. Trata-se de palavras novas que estão em processo de institucionalização. A coleta do corpus foi realizada na rede social Instagram e em alguns estabelecimentos comerciais. Quanto à sua análise, optou-se pela abordagem quali-quantitativa, com ênfase na abordagem qualitativa. Após a exploração do corpus, em termos estruturais e semânticos, o presente trabalho apresenta aos professores de língua uma proposta de como trabalhar os processos de formação de palavras que estão sendo desenvolvidos na contemporaneidade. Para análise do corpus, esta pesquisa se apoiou nos pressupostos teóricos da teoria morfológica gerativista. Mais especificamente nas postulações de Basílio (2007) e Rocha (1998). Estes dois pesquisadores propõem o ensino da morfologia nas escolas a partir do plano sincrônico da língua, uma vez que o ensino na perspectiva diacrônica escapa à competência lexical dos falantes. A morfologia, nesta concepção, trata das palavras em potencial, isto é, das palavras que podem ser criadas. Segundo Rocha (1998), esta abordagem se dedica a descrever a competência lexical dos falantes nativos, as regras que eles têm internalizadas, as quais possibilitam a criação de novas palavras. Os resultados parciais revelam que os processos de formação de palavras constituem, de modo geral, um conjunto harmonioso e passível de ser sistematizado e indicam também que há criações que escapam às regras postuladas pelas gramáticas normativas.