Este trabalho apresenta uma prática pedagógica realizada com uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental de 9 anos de uma escola regular localizada na região metropolitana de Porto Alegre/RS. Durante conversas com a turma sobre inclusão e diversidade, utilizando a Libras como parâmetro de estudo, identificou-se que a comunidade surda convive com a inacessibilidade linguística em diversos âmbitos interacionais e sociais. A finalidade dessa prática se estabeleceu com o objetivo de promover a acessibilidade linguística na literatura para as pessoas com surdez e ouvintes a partir da criação de um livro bimodal, em língua portuguesa escrita e em língua brasileira de sinais. Essa produção textual se consolida perante a ótica de letramento, apresentando as práticas sociais relacionadas ao ato de ler e escrever (HEATH, 1982,1983, 2012; STREET, 1984; BARTON, 2007; SOARES, 2003, 2004, KLEIMAN, 2007). Nessa perspectiva, os educandos estudaram e aprenderam alguns sinais em LIBRAS, brincaram com jogos bilíngues (português/LIBRAS), leram histórias bimodais e conheceram aplicativos acessíveis que possibilitaram aprender sobre esta língua viso espacial. Por conseguinte, construíram quatro histórias, das quais uma foi selecionada pelos discentes e reproduzida em uma estrutura bimodal, constituindo-se como uma narrativa acessível aos surdos e aos ouvintes. É importante ressaltar que esta prática pedagógica foi um recurso produtivo para incentivar e refletir sobre as acepções de inclusão da comunidade surda. Além disso, promoveu o entendimento da relevância da língua, da leitura e da escrita para promoção de ações inclusivistas e cidadãs.