A sala de aula como espaço de interações discursivas e relações dialógicas e o processo de apropriação da escrita pelos alunos. | Autores: Maria Cristina Corais (ISERJ - Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro) |
Resumo: O trabalho tem como base a tese de doutorado Alfabetização como processo discursivo: princípios teóricos e metodológicos que sustentam uma prática, apresentada ao Programa de Pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2018, orientada pela Profa. Dra Cecilia M. A. Goulart. Assumindo a concepção de que a linguagem é constitutiva do ser humano e de que o domínio da escrita - forma mais elaborada, precisa e desenvolvida de fala (Vigotski)- é o culminar de um longo processo de desenvolvimento que reestrutura as funções superiores do pensamento, afirmamos que a alfabetização é um processo essencialmente discursivo, ou seja, a apropriação da escrita não se dá como aquisição de uma tecnologia, mas constitui processo que passa pelo discurso, envolvendo relações dialógicas e interações discursivas. O objetivo do trabalho apresentado é refletir sobre a sala de aula como espaço de interações discursivas e como as relações dialógicas impactam o processo de apropriação da escrita pelos alunos. A fundamentação teórica do trabalho está ancorada na Teoria da Enunciação (Mikhail Bakhtin) e na Teoria Histórico Cultural (Lev S. Vigotski). Os trabalhos de Ana Smolka, Cecilia Goulart e Wanderley Geraldi dão sustentação teórica ao trabalho no campo da alfabetização. Com abordagem sócio-histórica, a pesquisa articula conceitos metodológicos de Bakhtin e Vigotski em diálogo com o Paradigma Indiciário de Ginzburg. A pesquisa de campo foi realizada em uma escola pública, localizada em Duque de Caxias, Baixada Fluminense/RJ, entre 2016 e 2017, com quatro turmas do Ciclo de Alfabetização. Os resultados indiciam que uma proposta que considera os sujeitos que produzem o discurso e as condições sociais e culturais dessa produção, apresenta grande possibilidade de levar as crianças a se apropriarem da linguagem escrita, não somente do sistema de escrita, tornando-se leitoras e escritoras desde o início dessa aprendizagem.
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