O objetivo deste trabalho é analisar as formas com que obras contemporâneas da Literatura Juvenil Brasileira dialogam, reestruturam ou ressignificam os contos de fadas. Para tanto, escolhemos três obras: Cinderela Pop de Paula Pimenta (2015), obra que apresenta uma releitura de Cinderela, a saga fantástica Dragões de Éter de Raphael Draccon (2014), em que há referências a muitos contos de fadas – mas nosso foco será na representação da Chapeuzinho Vermelho - e a saga O príncipe Gato de Bento de Luca (2015) que apresenta diálogo com o conto O gato de Botas.  Ambas as obras dialogam ou adaptam contos de fadas, de maneiras distintas. Como marcos teóricos importantes desse trabalho utilizamos as obras de Colomer (2017), Novaes Coelho (2002), Ceccantini (2010), Debus e Michelli (2015), entre outros. Chegamos à conclusão que Cinderela Pop promove uma atualização do conto: a mesma história é contada ambientada no século XXI. Ou seja, Cinderela apresenta o mesmo comportamento de uma aspirante à princesa do século XVI, não há uma atualização do papel feminino no século XXI.  Já na saga O príncipe Gato a história original não é adaptada e nem apresenta novas significações. Assim, o conto de fada original é usado apenas como chamariz, como uma espécie de muleta narrativa. Por sua vez, em Dragões de Éter temos modificações na trama original, transformada de acordo com a saga fantástica em questão. A obra original é revisitada, mas tem seus sentidos modificados e reorganizados em uma nova lógica. As três análises apontam formas em que contos de fadas podem aparecer em narrativas juvenis e como os seus sentidos são (ou não) atualizados. Dessa forma, este trabalho auxilia na construção de um aparato crítico para analisar adaptações para adolescentes.