Sendo o discurso um dos momentos da prática social (FAIRCLOUGH, 2012) vê-se que, atualmente, está ocorrendo um processo de transformação discursivo-social, a cultura da imagem. Sabe-se que as imagens estão presentes desde os primórdios da humanidade, contudo, recentes avanços tecnológicos e midiáticos reconfiguraram condições textuais, até então, enraizadas no modo verbal, principalmente, escrito. Fala-se hoje em textos visuais/ multimodais, e partindo deste interesse, por vezes relegado, este trabalho objetiva propagar resultados de pesquisas desenvolvidas sobre as diversas nuances da imagem. Centraram-se em três gêneros textuais: O livro didático, os memes e o curta-metragem; e em cada instância, diferentes olhares quanto à função da imagem, seja ainda de modo ilustrativo, acessório; ou como unidade semântica, exercendo grande papel no evento discursivo e em diálogo com outras semioses. As teorias que sustentaram as pesquisas qualitativas partem das metafunções hallidayanas com os preceitos de que as imagens estabelecem relações (interpessoal), dizem algo (ideacional), em diferentes modos (textual). Esses preceitos foram reconfigurados na Teoria Sociossemiótica da Multimodalidade e na Gramática do Design Visual (KRESS, van LEEUWEN, 2006), bem como na Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001). Os resultados revelaram que no livro didático, as imagens ainda apresentam-se de modo subserviente, e muitas vezes sem apresentar coesão ou coerência com o texto verbal. Já nos memes, a manipulação imagética e a conjuntura com o texto verbal o fazem exercer uma prática social altamente difusa em contextos digitais. E esse diálogo com outras semioses é ainda mais presente no curta-metragem, que agrega som, movimento, e desvela práticas intertextuais e interdiscursivas. É inegável a importância do discurso visual na contemporaneidade, que permeiam em todos os contextos, mas observam-se lacunas quanto suas funcionalidades e análises. Aprimorar pesquisas nesta área não significa abandonar os estudos na modalidade verbal, mas angariar espaço para que haja intersecção entre essas perspectivas.