Esta pesquisa qualitativa, em andamento, tem por objetivo analisar o que dizem os estudantes sobre o uso do livro didático de Língua Portuguesa e as propostas de produção textual escritas por eles. O estudo de caso está sendo realizado com os estudantes do 5º ano do ensino fundamental de uma escola estadual de Minas Gerais. Para a pesquisa foram analisados o livro didático e o caderno de produção de texto dos estudantes e além disso, ocorreram entrevistas semiestruturadas com os alunos. A análise dos dados coletados apoia-se no referencial teórico da perspectiva enunciativo-discursiva de Bakhtin ([1929] 2003); Brait (2017); Marcushi (2008) e Schneuwly e Dolz (1999 e 2004). Para tecer uma discussão acerca do livro didático abordou-se Fiorin (2007); Batista e Costa Val (2004); Dionísio e Bezerra (2003) e Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). A partir dos resultados parciais percebeu-se que das oito propostas de produção de texto apresentadas no livro didático, apenas uma delas foi utilizada pelo docente nas aulas de escrita de textos. É importante ressaltar que, a única proposta trabalhada no livro didático foi alterada para atender a metodologia de ensino adotada, o que comprova a inversão da produção de texto de atividade enunciativo-discursiva, em prol da objetivação do ensino no qual o texto se torna um produto escolar. Nas entrevistas com os estudantes há narrativas que apontam para a inexistência de uma prática de alimentação temática no momento de produzir os textos, exigindo-lhes um esforço de criatividade para cumprir a tarefa escolar. A pesquisa em andamento trará categorias de análise, para melhor detalhamento dos dados coletados nos materiais analisados e nas entrevistas realizadas com os estudantes.