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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Versão brasileira: uma análise da tradução para a dublagem das séries Supernatural e Perfect Strangers no Brasil

Autores:
Paula Vianna de Oliveira (UFJF - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA)

Resumo:

Este trabalho analisa a tradução para dublagem nas séries americanas Supernatural (2007) e Perfect Strangers (1986) para o Brasil, para compreender como as posturas domesticadoras e estrangeirizadoras (VENUTI, 2008 [1995]) se configuram nesse tipo de tradução. A pesquisa proporciona um estudo comparativo entre produções diferentes, tanto em estilo quanto em época, tentando compreender como os procedimentos tradutórios se configuram na chamada versão brasileira. A dublagem já foi entendida como uma “redução etnocêntrica” (VENUTI, 2008 [1995]), virando sinônimo de adaptação cultural, ou seja, o produto dublado deveria estar totalmente consonante com a cultura nacional, e todas as referências, tanto culturais como linguísticas, deveriam ser apagadas ou adaptadas por soluções genuinamente brasileiras (NARVAES, 2011; MACHADO, 2016). Pressões do Polissistema (EVEN-ZOHAR, 2000) da década de 1980 contribuíram para a consolidaçãodo pensamento de domesticação na dublagem, e, atualmente, outras forças estão em jogo dentro desse polissistema das produções televisivas, como a mudança das relações de patronagem (LEFEVERE, 2007 [1992]) que levam a uma compreensão diferente do fazer tradutório para dublagem. Com uma análise qualitativa de 60 excertos das séries, consegue-se perceber o apontamento para os seguintes resultados parciais: (i) essa tradução ainda é, a priori, domesticante, pois as referências e marcas culturais continuam adaptadas e; (ii) o conceito de domesticação foi ressignificado pelas mudanças ocorridas ao longo de 30 anos, não havendo mais o processo de “redução etnocêntrica”, mas uma aproximação entre público-alvo e cultura de partida, em que o papel do tradutor está em suavizar essa aproximação, deixando o texto o mais tranquilo possível para o primeiro (SCHLEIERMACHER, 2010 [1838]), havendo uma aceitação/naturalização do estrangeiro na cultura de chegada que, nesse momento, então, já não entende aquela referência como externa, mas como parte da própria cultura.