O desafio do uso da imagem em contextos de pesquisas multimodais | Autores: Neiva Soares (UEA - Universidade do Estado do Amazonas) |
Resumo: As inúmeras modalidades semióticas permeiam a vida dos indivíduos desde o seu nascimento, a sua inserção no ambiente letrado não oficial, depois o oficial. E isso se dá de uma forma gradual e continua. Muitos livros no ambiente escolar entendem essa necessidade e as imagens figuram longo de todas as séries escolares. Logo, o mundo imagético é uma realidade no contexto escolar, reflexo do que ocorre fora dele, considerando o fato de que a sociedade é cada vez mais visual. Assim, trabalhos em multimodalidade que se iniciaram com os estudos que retomam a semiótica de Roland Barthes (1967) de um lado, mas de outro, de forma mais pontual, a semiótica social de Halliday (1978, 1994) passam a dominar diferentes ambientes de estudos linguísticos. Nesse sentido é importante enfatizar questões pontuais do significado, pois os signos visuais além de não serem arbitrários (Kress e van Leeuwen, 2006, [1996]) conduzem representações de mundo e reproduzem práticas sociais de seus produtores em dados eventos discursivos. As imagens estão em todos os contextos e analisá-las é tão importante quanto analisar os signos tidos como convencionais e/ ou mais formais como a própria escrita. Este trabalho propõe uma discussão acerca da importância das imagens no mundo atual, a sua relevância como instrumento da formação crítica de indivíduos, além de suscitar indagações quanto ao problema do seu uso em livros comercializáveis. O que se por uma via respalda a produção, por outra, inviabiliza a crítica, pois o autor da imagem faz exigências pontuais para sua liberação. Considera-se que o mundo imagético abriu várias portas e desvelou cenários, na outra esfera, tolheu a liberdade de uso. Dessa forma, muitos que utilizam gêneros imagéticos em suas análises fazem apenas descrições de seu corpus, não análises críticas.
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