A (des)construção do conflito de opiniões em redes sociais | Autores: Rubens Damasceno-morais (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) |
Resumo: Escutar e refletir sobre o que o outro tem a dizer talvez seja um dos maiores desafios de nosso tempo. A verdade é que somos exímios para discutir, mas pouco hábeis na arte de argumentar de forma racional (van EEMEREN e GROOTENDORST, 2004; BRETON e GAUTIER, 2000). Mostramo-nos muito reticentes e pouco dispostos, sobretudo, no sentido de mudarmos de opinião (ANGENOT, 2008). O trabalho proposto alinha-se ao Simpósio ARGUMENTAÇÃO E DISCURSO (AT033), considerando-se que também pretende proporcionar reflexões teóricas e analíticas acerca dos processos argumentativos no funcionamento do discurso, a fim de contribuir para a compreensão das práticas sociais que suscitam a argumentação em redes sociais como Facebook, Instagram, Whatsapp entre outros. Nesse sentido, este trabalho é proposto no intuito de observar como um conflito de opiniões se (des)enrola do/no novelo de uma situação cotidiana, em redes sociais, em tempos de polarização violenta de opiniões, sobretudo no que se refere à construção da polêmica (AMOSSY, 2017), no contexto das eleições brasileiras no 2o semestre de 2018. O exercício de análise propõe reflexão sobre nossa própria postura diante daquele que pensa diferente da gente, a partir da identificação de três níveis de argumentação, quais sejam: 1) argumentos consistentes ou com fundamentação explícita; 2) mera opinião pessoal e 3) ofensa pura e simples (ou, especificamente, o uso gratuito do ad hominem). A partir daí empreenderemos um passeio pela perspectiva interacional da argumentação (PLANTIN, 1990, 2016; GRÁCIO 2010, 2012 ). Para tal, selecionamos, para o corpus a ser examinado, conjunto de dados coletados por alunos de graduação, durante o 2º. Sem./2018, em atividades de práticas de componentes curriculares, nas quais os alunos precisaram mapear e analisar três níveis de argumentos empregados em redes sociais.
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