O Romance Contemporâneo Português: retornados, identidades, pertencimento | Autores: Charles Borges Casemiro (IFSP - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) ; Ana Luiza Gerfi Bertozzi () |
Resumo: O Romance Contemporâneo Português: Retornados, Identidades e Pertencimento é um projeto que pretende discutir as questões de identidade e pertencimento dos retornados, figuradas na relação estabelecida entre discurso estético e discurso historiográfico contemporâneos, partindo da análise comparativa dos romances O Esplendor de Portugal (1997), de António Lobo Antunes, e Caderno de Memórias Coloniais (2009), de Isabela Figueiredo. Para tanto, guia-se pel’A Voz Itinerante (1993), de Álvaro Cardoso Gomes, A Ascensão do Romance (2010), de Ian Watt, O Romance Histórico (2011), de György Lukács e Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais (2008), de Ramón Grosfoguel, que permitem uma leitura do romance contemporâneo português como forma atualizada do romance histórico. Dessa maneira, analisam-se, nos aspectos formais: o enredo fragmentado, a sobreposição de diferentes temporalidades e espacialidades, a voz narrativa cindida e compartilhada; e, nos aspectos temáticos: a experiência individual e coletiva do cotidiano, o memorialismo individual e coletivo da história, a discussão de registros míticos, estéticos e históricos e suas decorrências – que podem ser exemplificados tanto pel’O Esplendor de Portugal, quanto pelo Caderno de Memórias Coloniais. A propósito, portanto, da historicidade da Forma, advogada por Lukács e Gomes – o que Watt também defende como realismo formal –, pretende-se, portanto, mostrar a relação estabelecida entre a construção de uma poética do romance histórico contemporâneo português e a realidade da colonialidade lusa.
|
|