Gramática pedagógica do português brasileiro: perspectiva de ensino | Autores: Marlison Soares Gomes (UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará) |
Resumo: O modelo gramatical defendido pelos puristas, vem, há algum tempo, sendo colocado em cheque pelos resultados de pesquisas linguísticas que têm, nos usos autênticos da língua, seu objeto de trabalho. A “nova era das gramáticas” tem colocado no mercado desse gênero diversas obras que trazem novos olhares sobre língua/linguagem e, também, apresentam outras concepções de gramática. Diante dessa realidade, o GELOPA/UFOPA (Grupo de Estudos Linguísticos do Oeste do Pará – Universidade Federal do Oeste do Pará) vem desenvolvendo pesquisas sobre a concepção de ensino de gramática presente nas gramáticas assinadas por linguistas brasileiros. O presente estudo, desenvolvido sob a orientação da Profa. Dra. Ediene Pena Ferreira, objetiva analisar na obra Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (BAGNO, 2012) tal concepção de ensino. A pesquisa, de caráter conceitual analítico, está ancorada nos estudos de Antunes (2014), Britto (1997), Castilho (2010), Franchi (2006), Neves (2006, 2012, 2017), Perini (2003, 2007), dentre outros. Ela tem mostrado que Bagno defende a incorporação de novas regras gramaticais, plenamente em uso pelos falantes do português brasileiro, junto às regras prescritas pelos puristas que continuam em franco uso, estimulando o abandono no ensino daquelas que não são mais utilizadas. Resta-nos compreender as indicações do linguista para o ensino em ambiente escolar dessa gramática atualizada. Atualizada porque Bagno não advoga as formas inovadoras em detrimento das “clássicas”, mas propõe a aceitação de ambas como “certas, legítimas e boas”, promovendo, assim, a “democracia linguística e o “respeito pela diversidade”.
Agência de fomento: CAPES |