Ambiguidade em estruturas de alternância locativa do PB | Autores: Letícia da Cunha Silva (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: Nesta pesquisa, de cunho teórico-experimental, investigamos a interface sintaxe-semântica a partir da alternância locativa no português brasileiro (doravante, PB), fenômeno caracterizado pela alternância entre as posições de complemento e de oblíquo dos argumentos relacionados a certos verbos de disposição ou remoção, como em João carregou o caminhão com areia (alternante objeto)/ João carregou areia no caminhão (alternante oblíqua). Alguns predicados formados por verbos de remoção são ambíguos na alternante oblíqua no PB devido à interpretação assumida pelo argumento Locativo como um sintagma autônomo, distinto do sintagma Tema (leitura locativa) ou como parte do sintagma Tema (leitura genitiva), como se verfica, respectivamente, nas paráfrases: João carregou o caminhão, que já continha areia, com outra coisa./ João carregou o caminhão, que estava vazio, com areia. Baeseando-nos nos estudos sobre a AL de Levin (1993), para o inglês, e de Cifuentes (2008), para o espanhol, nosso objetivo é demonstrar que, embora marginal, a leitura locativa está presente no PB e é evidenciada em contextos sintáticos específicos, como diante de temas plurais e/ou nus. A metodologia consistiu em um teste de julgamento de aceitabilidade de sentança com escala, cujas condições experimentais foram Tema plural e Tema singular. Os resultados estatísticos do experimento corroboram a hipótese de que a aceitabilidade da alternante objeto é maior na condição Tema plural porque esse contexto, presumidamente, favorece a leitura locativa, desfazendo assim a ambiguidade gentitivo/Locativo em cinco dos seis verbos analisados.
Agência de fomento: CAPES |
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