Educação Profissional, Literatura e Livros Didáticos: uma trinca harmônica? | Autores: Rossana Dutra Tasso (IFRS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Rio Grande) |
Resumo: Saviani (2007) aponta que a formação profissional é indispensável para a garantia da vida em sociedade, na medida em que é pelo trabalho que os sujeitos obtêm meios de subsistência e, também, podem ter acesso aos bens que lhes permitem viver dignamente. Sendo assim, reforça-se a importância da oferta de uma Educação Profissional de qualidade – instrumentalizadora ao mesmo tempo que emancipatória. Por sua vez, é indiscutível a contribuição da arte literária na constituição dos sujeitos. Deixar-se envolver pelo mundo de potencialidades que a Literatura engendra é um caminho duplo para aquele que lê: é abrir-se às experiências externas, pré-concebidas por outros sujeitos (o autor, os outros leitores) e, internamente, transformar-se, desenvolvendo novos artifícios para relacionar-se com a linguagem, com o mundo e, principalmente, consigo mesmo. Contudo, para que isso se incremente, a prática de leitura precisa configurar-se como uma vivência, isto é, como uma ação real e significativa. Logo, considerando as solicitações da Educação Profissional e da Literatura enquanto disciplina escolar, cabe averiguar de que maneira os livros didáticos podem contribuir na ampliação do pensamento crítico dos estudantes. Com o presente trabalho, então, pretendo analisar as propostas de dois manuais – Português: Língua & Literatura, de Célio Escher (1979), e Novas Palavras, de Emília Amaral et al. (2016) – para o ensino de Literatura, discutindo a pertinência das atividades por eles propostas na promoção de uma educação humanizadora, princípio comum tanto na aprendizagem de uma profissão quanto na formação leitora. Como fundamentação teórico-metodológica, buscarei embasamento, ademais do citado Saviani (2007), em Bordini e Aguiar (1993), Compagnon (2009), Cosson (2014), Dalvi (2013), Freire (2011), Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), Ghiraldelli Jr. (2009), Lajolo (1988), Maturana (2014), Pinheiro (2006), Rouxel (2013), Todorov (2014) e Zilberman (2016), dentre outros autores.
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