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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A variação linguística: questões cognitivas

Autores:
Luiz Carlos Cagliari (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo:

Embora os efeitos da discriminação e do preconceito linguístico sejam muito evidentes quando acontecem, não são claras para muitos indivíduos as razões que definem esse tipo de pensamento e de comportamento. Todo falante nativo sabe intuitivamente se a fala de uma pessoa segue ou não o sistema da língua. Além disso, como ele é falante de uma variedade e ouvinte de muitas outras, que considera pertencerem à sua língua, ele julga-se apto a avaliar não somente o seu modo como usa a linguagem, mas como os outros a usam.

Muitas explicações da linguística moderna já abordaram esse problema de vários pontos de vista. Porém, há muitas ideias subjacentes admitidas como óbvias que não emergem naqueles estudos. Um ponto de vista que precisa ser levado em conta é o cognitivo. A comunicação linguística revela muita coisa que está na mente dos indivíduos, mas também deixa muita coisa escondida. Um destaque para questões básicas da cognição pode ajudar a explicar mais claramente como surge e como é usado o preconceito linguístico e algumas razões pelas quais ele gera discriminação social.

O objetivo da presente comunicação é despertar uma consciência cognitiva que explique como um indivíduo cria em sua mente um preconceito linguístico e o que o leva a usar esse pensamento para interpretar a fala de outras pessoas que passam a ser discriminadas linguística e socialmente. Este trabalho serve-se das pesquisas recentes sobre linguagem e cognição para procurar as explicações para exemplos reais e atuais de discriminação baseados em preconceito linguístico, contribuindo, assim, para complementar estudos tradicionais relacionados com o tema do preconceito linguístico.