A EXPANSÃO DOS PROCESSOS MATERIAIS EM NOTÍCIAS JORNALÍSTICAS | Autores: Gesieny Laurett Neves Damasceno (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) |
Resumo: Nos Processos de natureza Material, encontramos dois Participantes inerentes: o Ator, nas cláusulas transitivas e também nas intransitivas, e a Meta, nas cláusulas transitivas. Em adição a essas duas funções, há outros papéis participantes e alguns sintagmas circunstanciais que podem estar envolvidos em uma construção do tipo Material. A teoria Sistêmico-Funcional, sobre a qual se pautam as discussões aqui suscitadas, identifica três relações lógico-semânticas de expansão de uma cláusula Material: (i) a Elaboração, em que um termo expande o significado de outro, especificando-o, comentando-o, reformulando-o, ou ainda, apresentando exemplos; (ii) a Extensão, em que um termo expande o significado da cláusula Material adicionando a esta algum elemento novo; e (iii) o Realce, em que um termo realça o significado do Processo, fornecendo características circunstanciais (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004; 2013). Tendo em vista esse panorama genérico, a presente comunicação objetiva descrever os mecanismos lógico-semânticos de expansão dos Processos Materiais veiculados em notícias jornalísticas. O corpus da pesquisa constitui-se de 31 notícias, retiradas do corpus Varport. O recorte de análise compreende 131 cláusulas construídas em torno de Processos do tipo Material (processos do “fazer” e do “acontecer”). Para a análise estatística dos dados, foram utilizadas a Rede Neural de Mapas Auto-Organizáveis e a estimativa da correlação simples. As análises estatísticas demonstraram, dentre outros aspectos, que os elementos circunstanciais apareceram mais frequentemente nas cláusulas intransitivas. Em termos percentuais, 79% das construções intransitivas apresentaram sintagmas adverbiais de lugar, tempo, modo e causa, e 63% das construções transitivas não apresentaram nenhum tipo de expansão adverbial. Nas notícias jornalísticas, portanto, as construções intransitivas têm como objetivo informar quem fez o quê, onde, quando, como e por quê, ou o que aconteceu a, onde, quando, como e por quê; as construções transitivas, por sua vez, têm como objetivo mais proeminente informar o que x fez a y.
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