As dificuldades com a escrita já atingiram o Ensino Superior. Nesse sentido, por ocasião da pesquisa de Mestrado, desenvolvida em 2016-2017, sob orientação da Profa. Dra. Ana Luzia Videira Parisotto, tivemos como objetivo geral refletir sobre a escrita no Ensino Superior, focalizando o curso de Direito, por este curso exigir bastante o desenvolvimento da competência escritora. Entre os vários objetivos específicos elencados à época, selecionamos um recorte para este trabalho: analisar os textos produzidos por alunos concluintes de cursos de Direito de duas universidades, à luz dos critérios de correção de textos estabelecidos por Costa Val et al. (2009); e apresentar ações e práticas pedagógicas que os alunos consideram relevantes para aperfeiçoarem a escrita de textos. Adotamos um referencial teórico que ressalta a importância de que a análise dos textos não se restrinja à dimensão gramatical, e discute os entraves da escrita. Para as análises das produções textuais, tomamos por base as dimensões discursiva, semântica e gramatical. A pesquisa se desenvolveu em duas Instituições de Ensino Superior (IES), uma pública e outra privada, no interior paulista. A análise é de base qualitativa, com enfoque descritivo-analítico, utilizando-se como instrumentos de coleta de dados para o recorte estabelecido as respostas a uma pergunta de um questionário e produções textuais de alunos do 5º ano. Os resultados apontam para problemas de escrita nas três dimensões (discursiva, semântica e gramatical) em maior proporção na IES Privada, sendo expressiva a defasagem na dimensão discursiva. As sugestões dos alunos para o aperfeiçoamento da escrita são iniciativas que podem auxiliar em futuros encaminhamentos para disciplinas que enfoquem a Língua Portuguesa em cursos superiores.