Como parte de uma pesquisa maior que investigou a variabilidade na expressão do futuro no português brasileiro com dados de fala da cidade de Feira de Santana-BA apresentam-se e discutem-se aqui, os resultados para a variável “conjugação verbal” e sua relação com a “influência do verbo ir” no fenômeno considerado. Este foi um estudo conduzido à luz da Sociolinguística Variacionista que considera as formas de presente com valor futuro como regra de aplicação. Estas são as únicas estruturas resistentes ao forte espraiamento da perífrase de futuro, forma que vem, historicamente, tomando lugar das demais formas de expressão desse tempo verbal. Em 931 dados de fala em expressão de futuridade, 82,5% de ocorrências da perífrase de futuro e 15,9% de presente com valor futuro, ambas variantes dominantes e já canônicas segundo os estudos do fenômeno em questão, além da presença de 07 ocorrências da variante “futuro simples” (0,8%), 05 de “formas perifrásticas com gerúndios” (0,5%) e 03 ocorrências do “presente progressivo com valor futuro” (0,3%). Destaca­-se, neste recorte, a relevância da variável “conjugação verbal”, emergente nos resultados das duas ‘series de rodadas realizadas no script Rbrul e sua relação com a “influência de ir como verbo principal” (selecionada como a mais relevante). Examina-se também, o papel dessa variável quanto à exclusão dos grupos ‘Extensão fonológica do verbo’ e ‘Regularidade do paradigma verbal’ na segunda série de processamento multivariacional. Comenta-se sobre a importância dos verbos de terceira conjugação com exemplos encontrados na base de dados e também os resultados que apontam para a relevância destes, mesmo em face do contexto de combinação com o verbo ir, revelando assim, uma restrição outra à combinação do verbo principal da oração com as estruturas de presente com valor futuro.