Universalidade : o nome e suas declinações | Autores: Raquel do Nascimento Marques (USP - Universidade de São Paulo) |
Resumo: Neste trabalho, investigamos a categoria nome no que diz respeito à distinção substantivo e adjetivo e às declinações casuais, tal como tratada nas primeiras gramáticas portuguesas. Esta pesquisa insere-se no campo teórico-metodológico da História das ideias linguísticas (AUROUX, 2009; COLOMBAT, FOURNIER E PUECH, 2017), por ser essa a teoria adequada à pesquisa que lida com fatos linguísticos ocorridos na longa duração do tempo, que leva em consideração o tempo e o espaço no qual os saberes sobre a língua e a linguagem foram construídos e desenvolvidos. Realizaremos o trabalho por meio da investigação do horizonte de retrospecção (AUROUX, 2009) dos autores e obras que trataram do nome, com o objetivo de mostrar como a teoria da universalidade se configura nas obras gramaticais portuguesas, com relação a essa categoria. Nosso corpus constitui-se das gramáticas portuguesas, de Fernão de Oliveira (1536), João de Barros (1540), Amaro de Roboredo (1619) e Contador de Argote (1721) e, como apoio à investigação do horizonte de retrospecção, recorremos às gramáticas antigas, Dionísio o Trácio (II-I a. C.) e Donato (IV d. C.). A pesquisa nos leva à conclusão de que a teoria da universalidade das regras do latim se confirma para a língua portuguesa e se configura na adaptação das regras da gramática latina à gramática portuguesa. Os gramáticos portugueses, contudo, apresentam descrições distintas daquela do latim porque as regras do latim não correspondem aos fatos gramaticais da língua portuguesa que elas descrevem.
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