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| ENSINO DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS DIDÁTICAS PRESENTES NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA | Autores: Giovana dos Santos Ribeiro (UFMT - Universidade de Mato Grosso) ; Lezinete Regina Lemes (UFMT - Universidade de Mato Grosso) |
Resumo: Este trabalho objetiva apresentar dados parciais de uma pesquisa em andamento, que investiga propostas didáticas elaboradas pelos autores de livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Médio para o gênero escolar texto dissertativo-argumentativo. Esse gênero é bastante produzido pelos alunos da Educação Básica, por ser muito solicitado em vestibulares, concursos e, principalmente, no ENEM. Este exame tem contribuído com a difusão de diversas propostas para ensinar o alunado a escrever esse gênero escolar. Reconhece-se que a conhecida redação escolar surgiu como um meio de aprimorar a escrita, interligada com a visão de mundo dos discentes (FARACO; TEZZA, 2016). Entretanto, o ensino desse gênero tornou-se um conjunto de macetes para ganhar nota, não contribuindo com a formação crítico-reflexiva dos alunos. Assim, o ensino da argumentação restringe-se a apresentações de modelos de argumentos, não havendo um estudo sistematizado sobre a argumentação e como ela pode ser mobilizada pelo produtor do texto. Ao reconhecer esse tipo de prática, selecionaram-se três livros de língua portuguesa do Ensino Médio, aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático em 2015 para análise das propostas didáticas direcionadas ao texto dissertativo-argumentativo. Para análise, a perspectiva assumida é a enunciativo-discursiva de Bakhtin e o Círculo (1929, 1952-1953) bem como autores que discutem o ensino de língua portuguesa (ROJO, 2005; GERALDI, 2002, 1997), o ensino de gêneros escolares (SCHNEUWLY; DOLZ, 1997), a argumentação (KOCH, 1989; CITELLI, 2002). Nas análises preliminares, observou-se que há distanciamento entre as atividades para esse conteúdo, pois a sequência das atividades não se dá no mesmo volume. Não há estudo dessa temática. Assim, esses dados revelam a ausência de propostas profícuas que possam permitir aos alunos autonomia na escrita, pois o ensino de produção de texto, ainda, está direcionado apenas aos aspectos formais de determinado gênero discursivo.
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