Distanciando-se de uma teorização da escrita como mero instrumento autônomo do qual o sujeito se utiliza em determinados contextos sociais, este trabalho põe em evidência as propostas de escrita que possibilitam a inserção do aluno de psicologia nas práticas escritas acadêmicas, a partir da observação dessas proposições na graduação em Psicologia da Universidade Federal de Campina Grande. Posto isso, objetivamos identificar quais os gêneros da esfera comunicativa acadêmica são mais requeridos dos alunos do curso supracitado, a fim de analisar como se dá o processo de letramento acadêmico do graduando em contraponto ao letramento escolar do qual é oriundo. Esta pesquisa tem seu embasamento em teóricos dos Novos Estudos do Letramento, como Street (1993, 2000, 2006), Soares (2001), Lilis (1999) e Fiad (2011). A abordagem metodológica está pautada na aplicação de um questionário online com um grupo de graduandos no curso de psicologia nos mais diversos períodos da graduação, para por meio deste instrumento atingir o primeiro objetivo de identificação dos gêneros que lhes são cobrados. Nesse mesmo instrumento, há um espaço para um breve relato reflexivo, no qual o sujeito deverá descrever subjetiva e sucintamente como foi requerida a produção dos gêneros mencionados. Assim, essa pesquisa se constitui em um estudo de caso. De caráter inicial, os resultados dessa pesquisa devem indicar o grande abismo existente entre as práticas escritas cobradas dos alunos no ensino básico e aquelas que são requeridas no ensino superior, fato que dificulta – quando não impossibilita – a inserção efetiva do sujeito nas práticas escritas acadêmicas, além de demonstrar como a inserção desse indivíduo é dificultada pelas variáveis que incluem seu ensino básico e ausência de trabalho instrumental adequado com a escrita na graduação.