Quem fala diferente no Brasil na visão dos nortistas: uma análise de Questões Metalinguísticas do ALiB. | Autores: Vanderci de Andrade Aguilera (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo: Os Questionários do Atlas linguístico do Brasil (COMITÊ NACIONAL DO ALiB, 2001), além de questões sobre a diversidade fonética, prosódica, lexical e morfossintática, buscam investigar o que pensam os falantes de cada uma das 250 localidades acerca: (i) da língua que falam; (ii) das diferentes vozes de sua localidade; (iii) das formas diferentes de expressão em língua portuguesa em outras localidades, seja estado ou região do país e (iv) da fala dos mais antigos do local em que habitam. Sem a pretensão de analisar profundamente a consciência, a crença e a atitude linguística do falante, as Questões Metalinguísticas podem oferecer um retrato da aceitação ou rejeição da fala diferente. Neste trabalho, apoiadas em trabalhos similares da Psicologia Social, de Lambert (1967) e da Sociolinguística Variacionista, de Labov ([1972] 2008), Alvar (1982), López Morales (1989) e Moreno Fernández (1998), entre outros, propomos uma análise de quatro respostas metalinguísticas (2, 3, 4 e 5) dos Questionários do ALiB, a partir das informações dadas por falantes de dezoito localidades da Região Norte do Brasil. Trata-se de depoimentos de 72 informantes (quatro por localidade), estratificados segundo a faixa etária e o sexo, que discorrem sobre a sua percepção da fala do outro em sua localidade e em localidades distintas. Os dados apontam que, sobre a fala de outras localidades ou estados, os informantes têm consciência das diferenças, mas, em sua maioria, não são capazes de descrever o que chama a atenção na fala do doutro. Quanto às diferenças de fala na própria localidade são mencionados apenas os indígenas e os vizinhos colombianos e peruanos.
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