Capacidades leitoras requerem novos olhares para os textos multissemióticos que circulam, principalmente, nos ambientes digitais, pois com o avanço tecnológico, são variadas as opções de se construir publicidades, explorando recursos de som e imagem, os quais em hipótese alguma se configuram como um adorno do texto escrito/falado, mas são habilmente escolhidos para veicular o produto em questão. As empresas de telefonia no Brasil têm investido muito nisso, em consonância com os signos que refletem as ideologias e os comportamentos sociais (BAKHTIN, 1992; FIORIN, 2007). Para o presente trabalho, destacamos a empresa Vivo que por meio de ícones da internet, associados a sua função, trouxe a música “Somewhere only we know” de Lily Allen para compor sua publicidade, cujo slogan foi “Viver é a melhor conexão” (13/04/2016). Ao se constatar que para se fazer leituras desses textos multissemióticos, a escola precisa trabalhar sob a perspectiva dos multiletramentos que requerem novas estratégias de leitura. No intuito de desenvolver “letramentos críticos e protagonistas” (ROJO, 2009, p.108), já não é suficiente que o aluno tenha um letramento tradicional (apenas do código escrito), uma vez que os letramentos exigidos atualmente requerem que a leitura seja feita de modo dinâmico e interativo, ou seja, tudo que compõem um texto é significativo. Por isso, a opção por publicidades aponta para a necessidade de que os alunos percebam as relações entre as semioses linguística e imagética para a construção do sentido. Acredita-se assim que, com essa investigação, a escola precisa inserir de maneira definitiva textos multissemióticos, formando leitores críticos e atuantes diante dos discursos que os cercam. Os resultados iniciais do estudo permitem concluir que, o papel do professor, como mediador do conhecimento, é levar para suas aulas, textos que estimulem seus alunos a construir a significação a partir dos diferentes recursos utilizados para se compor o texto.