Este trabalho, baseando-se, sobretudo, na teoria Semiolinguística de Análise do Discurso de Charaudeau, analisa como um mesmo acontecimento bruto (fato) é noticiado/semiotizado em duas capas e no índice da revista Veja. Apesar de o objetivo principal, ou seja, a visada dos veículos que pretendem informar seja “fazer saber” (transmitir um saber a quem se presume não possuí-lo), é muito recorrente, nas capas, também as visadas “fazer crer” (levar o outro a pensar que o que está sendo dito é verdadeiro ou possivelmente verdadeiro) e “fazer sentir” ” (provocar no outro um estado emocional agradável ou desagradável). Assim, para fazer com que o interlocutor não apenas seja leitor de banca, mas que, efetivamente, compre a revista, a Veja, dentre várias estratégias, pode apelar para o estado emocional (efeitos de pathos), valendo-se de três atitudes – a polêmica, a sedução e a dramatização. Nesse sentido, pelo viés da Análise do Discurso, pretende-se analisar a emoção a partir dos efeitos visados pela instância de comunicação. Dessa forma, o leitor precisa ir além do sentido de língua, perceber as intenções do eu-comunicante, ou seja, os signos denotados precisam ser contextualizados, a fim de oferecerem informações conotadas, finalizando, assim, a verdadeira intenção do veículo de comunicação. Por fim, em termos pedagógicos, trabalhar com diferentes gêneros textuais, dentre eles, as capas de revista, leva o aluno a refletir sobre a própria sociedade em que está inserido e desvelar as “sombras” que insistem protagonizar diferentes textos midiáticos.