O ensino da gramática e as políticas públicas: aproximações, divergências e contribuições | Autores: Cindy Mery Gavioli-prestes (UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste) ; Gissele Chapanski (FARESC/UNICAP - FARESC/UNICAMP) |
Resumo: A gramática, como item curricular do ensino, é, frequentemente, vista como alvo de discussões e críticas, principalmente, em relação a sua abordagem tanto na escola quanto nos cursos de formação de professores de língua. No entanto, apesar da recorrência da discussão, muito pouco se modificou tanto nas políticas públicas, quanto, efetivamente, nas salas de aulas. Levando isso em consideração, o objetivo de nosso trabalho é justamente retomar a discussão acerca do ensino de gramática na escola (e, consequentemente, comentar sobre o reflexo disso na formação dos professores de língua) e contrapor ao que vemos nas políticas públicas de ensino, apresentando, assim, contribuições para essa questão. Para isso, trazemos, inicialmente, as ideias de Perini (1995), Possenti (1997), Antunes (2007), Borges Neto (2012) e Gavioli-Prestes & Chapanski (2018) que argumentam a favor de um novo olhar para a gramática, pensando no “para que” e “de que forma” se ensina gramática, como é defendido também pelos PCN (1997, p. 31). Além disso, ao observarmos os PCN e a BNCC vemos que ressaltam ainda a importância de se repensar, por exemplo, a questão da nomenclatura de certos itens gramaticais (cf. PCN, 1997, p. 58; BNCC, 2017, EF03LP08), de privilegiar a análise e o estabelecimento de regularidades nos aspectos gramaticais, bem como a utilização do conhecimento gramatical como instrumento necessário para a produção textual (PCN, 1997, p. 60; BNCC, 2017, EF35LP07). No entanto, apesar de tais assunções, tais políticas não apresentam nem uma visão de gramática diferente da gramática tradicional nem a possibilidade de ser abordada em uma perspectiva naturalista (Pires de Oliveira & Quarezemin, 2016, p. 30). Com isso, queremos aprofundar o debate acerca da gramática nas políticas públicas, mostrando que ainda é um assunto tratado superficialmente e que merece um tratamento mais adequado, além de propor possibilidades de abordagem em sala de aula.
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